Território das selfies, das fotos de viagens, dos bichos de estimação e das refeições, o Instagram vem ganhando um papel mais importante nas estratégias de criação publicitária. Desde setembro de 2015, quando a rede social abriu sua plataforma para a inserção de anúncios, muitas marcas vêm tentando levar para a timeline elementos atrativos, capazes de ampliar o engajamento e os resultados de vendas.
De acordo com dados do próprio Facebook – proprietário da rede social – o Instagram já exibiu campanhas de mais de 200 mil anunciantes nos seis primeiros meses de abertura à publicidade. Desse total, mais de 75% (150 mil empresas) são de fora dos Estados Unidos. “As marcas sempre foram parte fundamental da plataforma, mas depois que iniciamos a comercialização de publicidade, a participação cresceu absurdamente. A receptividade para os anúncios foi muito positiva, tanto da parte do público, quanto pelos anunciantes e agências”, relata Juliana, creative strategist do Instagram no Brasil.
A percepção da criativa é compartilhada por quem, na outra ponta, está utilizando a rede social como plataforma de mídia. “Começamos a trabalhar com o Instagram para a Coca-Cola ainda na fase experimental da publicidade. Hoje, já é possível afirmar que o Instagram é um dos principais canais de mídia da marca”, comenta Tulio Nicastro, diretor de estratégia da Mutato. “É preciso compreender o Instagram como uma espécie de mídia impressa, que exige imagens bem trabalhadas, execução cuidadosa e uma estética mais sofisticada do que costumávamos ver no ambiente digital”, argumenta. Também parte do time de marcas fundadoras do Instagram, a Avon trata a rede social como um canal crucial para a interação com seu público. Mais do que uma plataforma geradora de negócios, no entanto, a marca de cosméticos classifica a rede como um ambiente de geração de diálogo. “O Instagram é um canal de oportunidades para gerar conversas dentro do território da Avon. É uma plataforma que nos traz o grande desafio de equilibrar beleza das imagens com mensagens que refletem a proposta da marca e é com isso que recebemos feedback e entendemos o que o público deseja”, analisa Rafaela Gobara, diretora de estratégias digitais da Avon.
Apesar desse grande interesse por parte do mercado, a nova plataforma de mídia deve ser utilizada com cautela, na opinião de Jean Boechat, diretor de estratégia digital da Talent Marcel. “Acho esse movimento interessante e muito desafiador. As marcas precisam conversar com a linguagem e o estilo da rede. Não é simplesmente pegar o anúncio que era para revista ou o comercial que era da TV e jogar no Instagram. Não funciona e o público rejeita”, alerta.
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